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Por trás da música #1 – Samyr Rathge

Samyr Rathge - Por trás da música

Aquela música super legal e que nos emociona, costuma ter uma boa história por trás. Pensando nisso, damos início à coluna “Por Trás da Música”, para falar um pouco mais sobre as composições dos artistas independentes que estão presentes na plataforma da Tribhus.

Abrindo essa nova coluna, falaremos sobre o trabalho artístico do músico Samyr Rathge, de João Pessoa (PB), que em fevereiro lançou seu segundo disco solo “O Incrível Mundo Imaginário”.

O álbum, que conta com 10 faixas nasceu de uma experiência extrassensorial do músico durante um exercício teatral no ano de 2009.

“Nessa prática eu abri minha mente tentando buscar sensações e foi aí que tive uma linda visão: uma criatura bem diferente, não era do nosso mundo, estava num jardim florido, se parecia com um peixe, tinha pequenas asas no lugar das orelhas, emanava uma energia muito boa, era um ser de luz e do lado Deus estava olhando pra mim, foi aí que me senti parte daquele lugar, foi algo muito intenso, era uma coisa que nunca havia sentido antes, lembro das luzes do teatro acendendo e apagando, naquele momento, senti que estava vivenciando algo incrível e único, saí do exercício chorando, meu colegas perguntaram se eu estava bem, e sim, eu estava incrivelmente bem! Em casa, escrevi letras falando sobre esse momento, escrevi reflexões, escrevi um sonho estranho que tive, relacionei e comparei o nosso mundo aquele lugar e o chamei de “O INCRÍVEL MUNDO IMAGINÁRIO” não por achar que era algo da minha imaginação, mas o denominei assim por não encontrar uma maneira de explicar aquilo que vivenciei”, conta o músico, que desde então soube que precisaria registrar isso como um disco em algum momento.

O GRITO

A segunda faixa desse disco abre uma trilogia de clipes criados pelo músico para representar um pouco da crítica contida no álbum em relação à forma como levamos nossas vidas e nos relacionamos com o mundo.

Inspirada pelo pintor Edward Munch, autor da célebre obra “O Grito”, a canção tem uma aura pesada de protesto e de atenção com a situação das relações entre pessoas e nações no mundo.

“Essa música simboliza o sangue, a guerra, “O grito” é uma obra expressionista. Enfim, é uma música de reflexão, a guerra ainda não acabou, o ser humano contínua destruindo seu próprio mundo de outras maneiras. Essa música é o meu grito pedindo um mundo melhor! No clipe simboliza nossas batalhas externas”, explica Rathge.

SAMYR RATHGE - O GRITO (CLIPE OFICIAL)

DESALENTO

Essa é a oitava faixa do disco do músico paraibano e descreve uma situação muito comum a muitas pessoas no mundo atual e é a segunda parte da trilogia de clipes do álbum.

“Essa música foi um momento que passei. Vivendo a mesma coisa todos os dias nesse mundo capitalista, acordo, tomo café e vou trabalhar num ciclo desgastante, acabei me cansando de ser eu mesmo. O espelho foi a melhor forma que encontrei de representar eu olhando pra mim mesmo, coloco inclusive essa ilustração na capa do álbum. O espelho também simboliza um portal pra outro mundo, referência a “Alice através do espelho”. Na música eu quero fugir desse mundo buscando a imaginação, a arte foi meu refúgio”, afirma Samyr.

Que, no clipe, ainda apresenta as batalhas internas que vivemos, principalmente, nesses momentos em que a vida parece nos engolir.

SAMYR RATHGE - DESALENTO [CLIPE OFICIAL]

IRREAL

Finalizando a trilogia, a nona faixa do disco faz uma crítica ao modo de vida individualista que levamos, pensando apenas em nós e deixando o todo em segundo plano.

“As cabeças de animais simbolizam as pessoas que não pensam nos outros, apenas nos próprios interesses, simboliza a irracionalidade. Quando estou nesse mundo irreal fujo desses sentimentos ruins que a humanidade prega em minha cabeça. É um refúgio em meio ao caos! No final do clipe eu tiro a máscara,que simboliza o imaginário, caio no chão feliz e desapareço”, finaliza.

SAMYR RATHGE - IRREAL [CLIPE OFICIAL]