O revival do pop punk, a mão de Travis Baker e o novo rock jovem

Há algum tempo vemos um novo fenômeno tomando conta de uma parcela do mundo da música, é o revival do pop punk. O estilo, que remonta aos primeiros anos da explosão do punk, com bandas como Buzzcocks e Undertones e que se tornaria um fenômeno nos anos 1990 com bandas como Green Day e Blink 182, está de volta.

O baterista americano Travis Baker, conhecido por muito tempo com seu trabalho com o Blink 182 e pela sua técnica e qualidade como músico, hoje desponta como o padrinho e produtor de uma nova leva de artistas que estão revivendo a cena pop punk norte americana.

Se em sua gênese o punk tinha ligações diretas com jovens suburbanos que sofriam com questões sociais e econômicas, o revival do pop punk se abre para jovens que querem falar sobre questões existenciais e de relacionamentos.

Você pode até nunca ter ouvido falar de Willow Smith, mas conhece o pai dela, o ator Will Smith. Willow é um exemplo dessa movimentação jovem. Ela lançou recentemente uma música que conta com produção e participação de Travis Baker e é um dos novos hits do estilo.

Se Willow está experimentando a nova onda, o grande nome do revival também tem o dedo de Baker. O rapper Machine Gun Kelly é um dos principais novos nomes do rock americano em anos. Com o disco “Tickets to My Downfall”, ele alcançou o nº 1 das paradas nos Estados Unidos e recolocou o estilo no radar.

Em entrevista para a Rolling Stone USA, Baker afirmou “Obviamente, há um grande renascimento do pop-punk agora, o rock está voltando. Eu não poderia estar mais orgulhoso.”

Para o baterista do Blink 182, o fato de novos jovens conhecerem o trabalho de artistas como Machine Gun Kelly ou de Jaden Hossler (Jxdn), influenciador do TikTok que está gravando com Travis, acabará apresentando outros artistas de rock para eles.

“Alguns dos fãs de Jaden estão tipo, ‘Uau, Jaden inventou um gênero de música!’ Tão engraçado, mas não importa como eles sejam apresentados, estou bem com isso”, diz Barker. “Porque eu acho que até Blink era isso. Você sabe, muitos jovens descobrem Blink e depois voltam e descobrem os Descendents, Bad Relligion e os Buzzcocks . Então, se as crianças ouvem MGK e Jxdn e descobrem essas outras bandas, eu mexo com isso. Isso é legal.”

Ressurgimento de antigos nomes e aparições improváveis

Não é só Travis que vem aproveitando esse revival do pop punk. Um dos principais nomes do estilo no início dos anos 2000, Avril Lavigne também está de volta. Ao lado de seu atual conjugê, Mod Sun, a cantora vem lançando novos singles onde volta ao estilo que a levou ao estrelato.

Quase 20 anos mais nova que Avril, outra artista que conseguiu chamar atenção com o pop punk é a cantora Olivia Rodrigo. A artista pop, ex-Disney, lançou o disco “Sour”, que se tornou um fenômeno colocando uma série de singles simultaneamente entre as mais ouvidas das paradas americanas. No disco há alguns bons sons, que em momentos flertam com o rock, mas destaca-se a música “Good 4 U”. Com mais de meio BILHÃO de plays em um serviço de streaming, a música é a segunda mais ouvida da cantora e é puro pop punk. Uma demonstração clara de que o estilo caiu no gosto dos jovens e é uma nova oportunidade para o estilo atingir um público que foi perdido há alguns anos.

No Brasil

Enquanto o estilo vai se solidificando nos EUA, por aqui parece ainda não ter pegado completamente. Enquanto algumas rádio rocks do país começam a apresentar o trabalho de Machine Gun Kelly, alguns artistas buscam se conectar com o revival do pop punk.

É o caso de Sebastianismos, projeto solo do percussionista e vocal banda Francisco El Hombre. O músico que lançou essa semana o single “Bomba Relógio” se utiliza da estética do pop punk, com clara influência de Machine Gun Kelly, para criar sua própria versão do estilo.

Com um refrão grudento e com letra que fala sobre os reflexos da vida moderna no nosso psicológico, a música traz elementos do rap e da música eletrônica em cima da levada crua do punk.

Aguardamos para ver como esse novo fenômeno se desenvolverá e como será a recepção do público brasileiro, principalmente o jovem, que há tanto tempo não se envolve profundamente nas novas ondas da música feita com guitarra.

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