Na Tribhar #7, a live da Tribhus, recebemos o produtor musical e técnico de som Norton Bell, para falar um pouco mais sobre como é o trabalho do produtor musical.
Formado no Instituto de Áudio e Vídeo (IAV) e pela Universidade Anhembi-Morumbi, Norton contou um pouco de sua trajetória, que começou no Nimbus, tradicional estúdio paulistano, além de gerenciar um estúdio chamado JRC, entre outros. Atualmente, trabalha realizando sonoplastia em uma emissora de TV.
Iniciando o papo sobre o que faz um produtor musical, Norton utiliza uma frase de George Martin, célebre profissional britânico que trabalhou com os Beatles. “O produtor musical é o responsável pela forma do resultado sonoro de um disco”, afirmou Martin. Para Norton, a frase exemplifica bem o trabalho e a responsabilidade do produtor, já que ele terá que entender como os “ingredientes” que a banda oferece para ele se tornarão um produto final interessante.
Inclusive, a partir disso, ele conta algumas experiências que teve em sua carreira, dando exemplos de como enxergou pontos dentro da música que a própria banda não enxergava, como uma canção onde, de forma resumida, o verso virou refrão e a música ganhou uma nova perspectiva.
“O produtor musical não precisa, necessariamente, alterar a forma da música. Ele não precisa, necessariamente, escolher o melhor timbre. A função principal do produtor musical é estimular onde está fraco a ficar forte e o que está forte é fazer o artista falar ‘acredita’”, completou Bell.
Influência do produtor
Norton também dissecou sobre um assunto que deixa muito artista preocupado, que é a influência do produtor no trabalho do artista.
Segundo ele, existem alguns produtores que costumam colocar suas “assinaturas” nos trabalhos que produzem, deixando alguns elementos em comum em todas suas produções. E, há também, produtores que trabalham com artistas de estilos diversos, apresentando produções distintas e sem, necessariamente, deixar uma marca específica deles.
Ainda segundo Norton, a escolha do estilo de produtor que a banda precisa, vai muito da necessidade e caminhos que a banda busca trilhar com seu som. Para ele, o principal é a banda sentar e conversar direito com o produtor para os dois lados saberem exatamente onde querem chegar e se as visões de ambos não serão conflitantes.
Quando e como procurar um produtor?
Não existe uma fórmula mágica para a hora de escolher o início do trabalho com o produtor. Para Norton, um momento importante é o da pré-produção, bem antes de entrar em estúdio para gravar.
“Não tem muita regra. Faça uma gravação ao vivo, se o técnico de som começar a dar dicas, ouça. As vezes ele mesmo pode se tornar seu produtor”, pontua.
Além disso, ele também pontua que o artista pode aprender tanto com a vida em estúdio, gravando com outras pessoas, que ele pode, também, se tornar um produtor.
Em outro ponto, Norton fala sobre o momento em que um produtor enxerga um caminho para carreira do artista, citando o exemplo de Rick Bonadio com os Mamonas Assassinas e a mudança de mentalidade da banda, para deixar de ser o Utopia e se assumir como uma banda que cantava músicas cheias de humor.
Para ele, questões como essa indicam que a principal questão quando se trata de produção musical é saber lidar com os egos que estão envolvidos ali, de forma que o trabalho flua bem para ambos os lados e, assim, se chegue ao melhor resultado.
Indicações
Para finalizar, sempre pedimos para os nossos convidados indicarem artistas independentes para o nosso público.
A primeira banda citada por Norton foi a banda Atlanta, que já não existe mais. Em seguida ele citou a banda Copa 13, que não acabou, mas está inativa.
Por fim, ele indicou dois artistas que ainda estão na ativa, o músico de electro punk Daniel Peixoto e a banda Bocarra.
Para assistir a íntegra dessa live, entre na página do Facebook da Tribhus e confira!