Na última semana o Ecad, entidade responsável por arrecadar e distribuir os direitos autorais relativos à execução pública de músicas, disponibilizou ao público seu relatório anual de 2021. Mesmo com a pandemia, a entidade arrecadou R$1,08 bilhão no último ano, um crescimento de quase 20% em relação à 2020.
Desse valor, segundo a entidade, 85% é revertido para os artistas, 5% para as associações de gestão coletiva (Abramus, Amar, Assim, Sicam, entre outras) e 10% para o próprio Ecad. A maior fatia desse bolo ainda vem de uma das principais mídias, a televisão, com responsável pelo pagamento de 41% da arrecadação. Na sequência, uma mudança de panorama com os serviços digitais ocupando uma fatia considerável de 23%. Esse número mostra a importância que o digital possui hoje na indústria da música e como é preciso maior atenção tanto para a presença nessas mídias, quanto para a legislação em cima dos principais players.
Tecnologia
Além do seu impacto no consumo, a tecnologia também se tornou um aliado para o reconhecimento e identificação de fonogramas. Com o uso de um sistema de identificação de músicas, o Ecad conseguiu identificar mais de 141 milhões de execuções por segundo no semento de streaming, com um sistema que cruza as informações e relatórios enviados pelas plataformas.
A tecnologia também foi capaz de captar, gravar e identificar a execução de músicas em rádios e TVs no Brasil inteiro, com quase 100% de identificação do que foi reproduzido nessas mídias.
Música Nacional
O consumo de música nacional recebeu destaque nesse relatório, com a distribuição de R$901 milhões para mais de 267 mil compositores, músicos, intérpretes e demais titulares das associações. Desse total, quase 64% foram arrecadados para titulares com repertório nacional, uma renda cinco vezes maior do que a dos estrangeiros.
É certo, que boa parte dessas execuções acabam sendo de produções pops e de estilos mais tradicionais, mas há também a fatia do rock e as bandas e compositores devem ficar atentos. O primeiro passo é fazer o registro de todas as suas obras em uma associação, gerar ISRC, registrar corretamente quando subir nas plataformas de streaming e sempre buscar saber se há lucros oriundos de execução pública para suas músicas. Pode não ser muito, mas para artistas independentes, qualquer dinheiro que entra é um alívio.