A década de 1990 foi um grande momento para o rock nacional e mundial. Muitos pontuam 1994 como um dos melhores anos daquela década, com diversos lançamentos notórios, mas 1996 também foi um ano memorável para o rock n’ roll.
Os lançamentos daquele ano estão completando 25 anos em 2021 e selecionamos 10 discos que mostram como o rock era extremamente prolífico na época, não só no mundo, como também no Brasil.
1 – Sepultura – Roots
Abrimos nossa lista com uma porrada, que demonstra o poder nacional e internacional do rock. “Roots” é, provavelmente, um dos discos mais importantes da carreira do Sepultura. A banda brasileira é um dos nomes mais reconhecidos e respeitados internacionalmente do nosso rock.
Nesse disco, o grupo dos irmãos Cavalera mostram toda sua competência, misturando elementos da música brasileira com seu heavy metal. Abusando de percussões tribais, o álbum é visceral do início ao fim.
“Roots Bloody Roots”, que abre o disco é um hino da banda e foi influência para muitas bandas de metal que viriam após o Sepultura.
2 – Rage Against The Machine – Evil Empire
Após o grande sucesso de seu disco de lançamento, o RATM tinha o desafio do segundo disco pela frente e “Evil Empire” cumpriu bem esse papel.
A banda que aliava elementos do hardcore, metal e rap em seus sons obteve novamente sucesso, com grandes canções como “Bulls On Parade”, “People of The Sun” e “Tire Me”, todas com indicações ao Grammy Awards.
3 – Weezer – Pinkerton
Outra banda que vivia o dilema do segundo álbum em 1996 era o Weezer. Após seu debut com o super aclamado “Blue Album”, o quarteto americano precisava mostrar que não ficaria preso no sucesso e, assim, chega “Pinkerton”, em setembro de 1996.
Com seu jeito peculiar, Rivers Cuomo fala da vida de rockstar e suas frustrações com as relações pessoais após o sucesso.
Com músicas como “Tired of Sex”, “The Good Life” e “El Scorcho”, o disco não agradou os críticos em seu lançamento, recebendo críticas de que as músicas não faziam sentido. No entanto, atualmente “Pinkerton” é tido como um dos melhores discos da década e um dos mais aplaudidos da carreira do Weezer.
4 – Metallica – Load
Outra banda que teve de lidar com a crítica e a incompreensão dos fãs em 1996 foram os já “veteranos” do Metallica. Com “Load”, seu sexto álbum de estúdio, a banda de heavy metal norte americano foi extremamente criticada.
Com um trabalho que mudou um pouco a sonoridade do grupo, incluindo ao trash metal tradicional, elementos de country rock e alternativo, o Metallica recebeu a famosa acusação de “ter se vendido”.
Mesmo assim o disco, que conta com sucessos como “Until It Sleeps”, “Mama Said” e “Hero of The Day”, alcançou a primeira posição das paradas nos EUA e Reino Unido.
5 – Paralamas do Sucesso – Nove Luas
Outra banda veterana que buscava mostrar que ainda tinha algo a acrescentar ao seu público era o Paralamas do Sucesso. O trio lançou em julho de 1996 seu oitavo disco de estúdio “Nove Luas”.
Com sua fusão de reggae, ska, rock e pop, o grupo atingiu em cheio a geração MTV, que abraçou as novas composições e, em apenas um mês, o disco vendeu 250 mil cópias.
Sucessos como “Loirinha Bombril” e “La Bella Luna” renderam clipes premiados pelo VMB, a premiação da MTV Brasileira para as produções audiovisuais.
6 – Skank – O Samba Poconé
No Brasil, enquanto o Paralamas reconquistava o público, os mineiros do Skank ocupavam de vez seu espaço com “O Samba Poconé”.
O terceiro álbum de estúdio do quarteto foi um sucesso estrondoso e se tornou o mais bem sucedido disco da banda, com mais de 1 milhão de cópias vendidas.
Misturando o rock com ska, música latina e uma noção pop invejável, o Skank entrou definitivamente para o panteão das grandes bandas do pop rock nacional com músicas como “Uma Partida de Futebol”, “Garota Nacional” e “Tão Seu”.
7 – Chico Science e Nação Zumbi – Afrociberdelia
Um dos maiores fenômenos do rock brasileiro nos anos 90, a Nação Zumbi passava em 1996 pelo desafio do segundo disco.
“Afrociberdelia” é o disco que sucede o super aclamado “Da Lama ao Caos” (1994) e foi o responsável pela consolidação do grupo, que criou o manguebeat, misturando rock, psicodelia, música eletrônica, funk e ritmos nordestinos, como o Maracatu.
É, inclusive, “Maracatu Atômico”, uma das responsáveis pelo sucesso inicial do disco, mas “Manguetown” e “Macô” (que conta com participação de Marcelo D2 e Gilberto Gil), definiram a importância do disco como um todo para o trabalho da banda, transformando-o num dos mais importantes registros do rock brasileiro dos anos 1990.
8 – Korn – Life Is Peachy
Voltando às bandas internacionais, 1996 também foi o momento do Korn passar pela sua prova de fogo do segundo disco.
“Life Is Peachy” conta com músicas como “No Place to Hide”, “Good God” e “Kill You”, que solidificou a carreira do grupo como um dos principais nomes de uma nova fase do metal nos anos 1990.
9 – Sublime – Sublime
A banda norte americana que mistura ska, punk, reggae e rock alternativo lançou em 1996 seu terceiro e último álbum de estúdio, já que o vocalista da banda, Bradley Nowell, faleceu antes do lançamento do disco.
Com um disco de 17 faixas e que flutua por todas as influências do grupo, “Sublime” foi um sucesso de aceitação do público e tido até hoje como um dos grandes discos dos anos 1990. Entre as principais músicas presentes no disco, destaca-se o clássico “Santeria”, além de outros grandes sons como “Caress Me Down”, “What I got” e “Doin Time”.
10 – Soundgarden – Down on the Upside
“Down on the Upside” é o quinto disco de estúdio da banda, que é um dos principais nomes da cena grunge de Seattle, e tinha o desafio de recuperar a força do Soundgarden.
Produzido pela própria banda e com a maior parte das composições feitas por Chris Cornell e Bem Shepherd, o disco é mais cru e experimental. Com boas músicas como “Ty Cobb”, “Blow Up the Outside World” e “Dusty”, o grupo conquistou uma boa repercussão da mídia e público, com 200 mil cópias vendidas na semana de lançamento.
No entanto, durante a turnê de divulgação do disco, o desgaste e a crítica do público, dizendo que a banda não entregava mais um show energético, fez com que o grupo se separasse em 1997.
Alguma coisa do rock argentino ou de outro país latino americano?
Desculpe-me por perguntar, mas há um tempo atrás me pareceu verdade a afirmação de que o Brasil, ou os brasileiros, virarem as costas para seus vizinhos, pois em dezembro passado foi lançado um documentário “Quebra tudo – a História do rock na América Latina” no Netflix, que conta a história do rock na América hispânica (para contrariar o subtítulo), e descobri muitas bandas boas, com músicas excepcionais, mas que aqui nunca tocaram, nem nas rádios. Pessoalmente, estou curtindo muito as bandas que tomei conhecimento através do documentário. Um abraço e parabéns pelo site de vocês!