A Tribhar #5, primeira live da Tribhus em 2021, recebeu as bandas Toca-Fita de Corcel e CxDxFx para discutir os planejamentos de bandas e falar um pouco mais sobre o trabalho das duas.
Da mesma forma que muitas pessoas iniciam o ano buscando organizar o que desejam conquistar e onde desejam chegar no período que se inicia, as bandas também fazem isso. No entanto, com a pandemia muitos planos foram atrasados ou interrompidos.
No caso da Toca-Fita de Corcel, de Mossoró (RN) a pandemia interrompeu um plano que estava organizado desde 2019, uma turnê europeia em Portugal e Espanha.
“Veio a pandemia, fechou a Europa, a turnê teve que ser cancelada. Na sequência veio fechar o Brasil também e, quando fechou aqui a nossa cidade, quando o comércio fechou e tudo, nós paramos de tocar nos espaços e o planejamento foi vamos focar no nosso segundo EP”, conta Diogo Cruz, guitarrista e vocalista da banda.
Já para a CxDxFx, a pandemia foi um balde d’água fria. Após fazer poucos shows em 2019, por terem sofrido com o roubo de instrumentos e equipamentos no ano, o quarteto de Ituiutaba (MG) estava esperançoso para tocar mais vezes e iniciar os trabalhos de gravação de seu novo disco, no entanto, os planos foram todos adiados.
PREPARAÇÃO DE GRAVAÇÃO
O tempo parado durante o ano de 2020 serviu para que ambas bandas se preparassem para entrar em estúdio.
“Nós aproveitamos esse tempo para trabalhar melhor o que iria entrar no disco. Ano passado, nós fomos para o estúdio e gravamos tudo ao vivo, como se fosse um show, e começamos a fazer uma pré-produção online, com o Manu [produtor e vocalista da banda Uganga]. Ele ia mandando parte por parte por vídeo, para analisarmos juntos e agora esse ano a gente vai pro estúdio e gravar tudo”, relatou Silas Demétrio, baixista da CxDxFx.
Já para a Toca-Fita de Corcel, o tempo também serviu para uma mudança de estratégia, que será colocada em prática este ano. Anteriormente pensando em trabalhar com um produtor, o grupo decidiu levar o projeto de forma independente, mantendo toda a criação na mão da própria banda.
“A gente vai fazer tudo em casa mesmo. Nós temos os amplificadores, temos toda a parafernalha, e nosso amigo Jobson Henrique, que trabalha com mixagem e masterização, vai nos ajudar com isso. E nós pegamos um pouco de experiência nesse tempo em que ficamos em casa, trabalhando com gravações e experimentações de timbres, de som e vamos colocar isso no nosso novo EP. Assim, esperamos que, até março, nós conseguiremos finalizar esse trabalho”, afirmou Diogo.
TRABALHO COM PRODUTORES
Outro tema abordado no Tribhar #5 foi o trabalho com produtores e o planejamento para esse trabalho funcionar.
Quando passaram uma temporada em São Paulo, a Toca-Fita de Corcel trabalhou com o músico Chuck Hipolitho (Chuck & Os Crushs, Forgotten Boys e ex-Vespas Mandarinas), que produziu uma single da banda.
Para o grupo, esse trabalho foi muito proveitoso, pois puderam tirar algumas lições de onde a música deles poderia chegar, como poderiam trabalhar seus sons e entender melhor o local onde estão inseridor.
Após essa experiência, no entanto, o quarteto decidiu que em sua volta para Mossoró iriam focar em fazer uma produção de forma independente, aproveitando esse momento para aprender a mexer mais em aplicativos e programas de gravação.
“Aprender a manusear esses programas está fazendo a gente a enxergar a música de maneira diferente, não só tocar. De fato, mexer, produzir, gravar a música já abrem mais campos para podermos imaginar como podemos trabalhar com a música e agora nós temos esse poder na mão”, falou Léo Maia, guitarrista da Toca-Fita de Corcel.
O pessoal da CxDxFx também salientou que o aprendizado com produtores pode trazer um novo mundo de possiblidades que você nunca tinha pensado. É, de fato, aprender novas formas de criar música e trabalhar seu som.
No entanto, Silas salienta a necessidade de o produtor também estar em sintonia com o tipo de som e proposta da sua banda, para que não haja muitas dificuldades, tanto em encontrar um ponto de equilíbrio no momento da finalização do trabalho, quanto no relacionamento durante todo o processo.
SHOWS
Ainda num cenário de incertezas e com coisas que ficaram por acontecer antes da pandemia, as duas bandas ainda não estão pensando muito em shows, mas vivem a expectativa para a volta aos palcos.
Com uma tour por Portugal e Espanha em vista, os músicos da Toca-Fita de Corcel vivem a incerteza da liberação de eventos tanto nos países europeus, quanto a possibilidade dos brasileiros poderem ir para lá.
“A conversa está o seguinte, quando passar essa fase, quando a vacinação for massificada em caráter mundial, é que vamos conseguir realizar essa turnê. Mas não tem como ter uma previsão por hora. A expectativa é de que no segundo semestre desse ano tenhamos boas notícias. Para nós, vamos levar esse primeiro semestre para gravar o nosso EP e depois disso organizar os shows”, contou Diogo.
Como as duas bandas estão no interior de seus estados, elas também vivem outra dificuldade, que é conseguir marcar os eventos. Então, a produção e planejamento acaba sendo ainda mais complexo.
Faltam espaços para bandas independentes, há a disputa dos poucos locais com artistas de outros estilos mais famosos.
O pessoal da CxDxFx também falou sobre a dificuldade de conciliar tempo e organizar shows em outros lugares. Para eles, fica complexo conseguir sair da cidade e fazer valer a pena essa saída.
INDICAÇÕES
Como em toda Tribhar, os músicos que participam indicam bandas independentes nacionais para apresentar novos trabalhos.
Começando, Thales Matheus, baterista da CxDxFx, indicou as bandas Toxic Assault e No Defeat.
Silas Demétrio, baixista da CxDxFx, indicou a banda Deadtrack.
Já Diogo Cruz, vocal e guitarra da Toca-Fita de Corcel, indicou as bandas Bocarra, Danilovers, Lasting Maze e a própria CxDxFx, que participou da live com eles.
Por fim, Léo Maia, guitarrista da Toca-Fita de Corcel, indicou as bandas Leões de Minerva e Acruviana.