A volta das fitas K-7 e o trabalho das bandas no mundo offline

Já falamos por aqui sobre o crescimento recorde na venda de vinis e fitas K-7 no Reino Unido. Mas o que isso tem a ver com bandas independentes do Brasil? Saiba que pode ter muito a ver.

K-7

O novo momento do mercado fonográfico mundial exige que as bandas criem muito e exerçam diversas funções, não só criador de música. Com isso em mente, é importante sempre pensar o que podemos oferecer de diferente para o público?

Entre as respostas estão as fitas K-7. Ainda longe de se tornarem um fenômeno entre colecionadores e amantes de música, as pequenas fitas, tradicionais dos anos 1970/80/90 começam a aparecer em catálogos de artistas nacionais.

Um exemplo dessa volta é a Polysom, primeira empresa que voltou a produzir vinis no Brasil, agora se auto intitula em seu site como: “A fantástica fábrica de vinil… e cassete!”

No catálogo da marca artistas como Pitty, Dead Fish, Ratos de Porão, Ira!, Humberto Gessinger, Planet Hemp, Mukeka di Rato, entre muitos outros.

Alguém poderá dizer “ah, mas todos esses artistas já são consagrados.” Pode até ser, mas no rock atual, praticamente todos estão muito mais ligados ao underground e não mais o mainstream.

Mas tudo bem, dou aqui outro exemplo, a gravadora independente Hearts Bleed Blue. Ao entrar no site do selo você já encontra uma subdivisão exclusiva para as fitas. Por lá estão artistas bem menos celebrados, mas de qualidade tão boa quanto os mencionados acima, como The Bombers, O Inimigo, Water Rats, Questions, Acidental, Mundo Alto, entre outros nomes do independente nacional, além dos incansáveis Inocentes.

Mas e qual é a das fitas, então?

O que todas essas bandas têm em comum é o fato de oferecerem diversas opções de produtos que seu público pode consumir, além da própria música. Pode não ser o mercado mais lucrativo do mundo, mas ainda é melhor ganhar R$ 15 com a venda de uma fita K-7 para uma pessoa que comprou aquilo porque gosta, admira e apoia sua banda, do que esperar ganhar o mesmo valor com a miséria paga pelos serviços de streaming atuais.

A banda precisa pensar nessas questões. Vivemos, sim, numa época onde o online está presente em quase todos momentos da nossa vida, mas o offline se faz importante. O físico ainda faz muito sucesso entre amantes do rock mais antigos e jovens, que enxergam em elementos como vinis e K-7s uma conexão curiosa com uma tecnologia diferente de uma época distante da qual eles nasceram e cresceram.

Com isso em mente, a ideia de conexão com o público fora do ambiente da internet, com produtos físicos, palpáveis, pode ser um meio interessante para o fortalecimento de suas bases.

O mercado já enxergou o novo nicho e, tal qual as vitrolas, procurando por aí, já se encontra até walkmans com entrada para cartão SD, para você rodar suas fitinhas.

Camisetas, bottons e adesivos ainda são legais e funcionam, mas sabe aquele jargão batido do marketing do “pensar fora da caixa”? Então, experimentar novas formas de conexão fora do digital podem ser uma boa resposta. Opções para isso existem aos montes, cabe ao artista encontrar seu caminho e buscar a melhor maneira de utilizá-las.

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