Novas tendências de consumo de música e como isso afeta o seu trabalho

O consumo de música pela massa vem mudando nos últimos anos e as redes sociais e as tecnologias são grandes responsáveis por isso. Para quem produz música profissionalmente, isso pode significar uma mudança complexa para o seu trabalho.

Lidar com isso pode ser um tanto quanto complexo, principalmente, por ficarem dúvidas de como apresentar seu trabalho.

Consumo de música

Tendência de sons curtos

A música pop vem sofrendo com um fenômeno complexo, a chamada “audição ansiosa”. De acordo com estudos, esse fenômeno socio-cultural vem afetando, principalmente, os jovens da geração Z, que não têm mais paciência para ouvir canções com mais de 2 minutos e meio.

Na verdade, isso não ocorre apenas com música, os botões de aumento de velocidade de áudios em aplicativos como o Whatsapp e o Youtube, demonstram essa impaciência do público em consumir coisas que exijam uma atenção maior por mais tempo.

Assim, muitos produtores e compositores têm apostado em músicas mais curtas, diretas, com melodias repetitivas e mensagens de fácil assimilação. Compreender e adaptar canções a essa nova realidade, pode ser uma maneira de ganhar destaque.

Contudo, essa não é uma regra que deve ser levada ao pé da letra, vale mais como uma dica de como pensar alguns elementos durante sua produção.

Single, EP ou Full?

Outro ponto que vem sendo muito debatido na atualidade é a forma de lançar sua música e fica sempre a dúvida se ainda vale a pena lançar um disco completo.

No rock, nos acostumamos com obras completas, que representam um momento do artista, por vezes contam histórias completas e criam um contexto sobre aquela obra. A questão é que com o streaming e a alta oferta de novas músicas, esse modelo tem alguns pontos fracos, principalmente para artistas novos.

Os motivos vão desde o tempo necessário para a realização desse projeto, o custo empregado e o retorno em audições do público.

Com os novos hábitos de audição do público das plataformas de streaming, dificilmente um disco cheio vai engajar o público e, no final, você acabará tendo músicas que ficarão esquecidas no seu cátalogo.

Outra questão que pesa contra os discos completos, é a ausência de novidade. Quando você joga um disco completo nas plataformas de streaming, ele vai receber atenção por um certo período de tempo e, gradativamente, essa atenção cairá até que você traga algo novo para o público.

Mas trazer algo novo, logo após lançar um disco full, principalmente para bandas independentes, é um trabalho custoso e nem sempre possível. Assim, você ficaria muito tempo sem apresentar nada de novo.

Os EPs apresentam o mesmo tipo de questões. Lançar muitas músicas de uma vez pode deixar algumas mais apagadas do que outras e seu trabalho perder destaque com mais rapidez.

Por sua vez, o single, que foi muito famoso nos anos 1950/60, volta com força na época digital. Com maior facilidade de produção e divulgação, um single pode ser a porta de entrada do seu trabalho para novos ouvintes e, caso você possua constância nos lançamentos, manter esse público aquecido por muito tempo.

A tática vem sendo altamente utilizada por grandes nomes do cenário musical mundial, que mesmo ainda utilizando a produção de discos full, fazem lançamentos de um bom número de singles antes do projeto final. O que também pode ser uma opção para quem possui um contexto específico que relaciona os lançamentos.

No fim das contas, é importante que o artista estude suas possibilidades e a maneira que melhor condiz com sua verdade, afinal, o trabalho é dele. Contudo, entender os caminhos do mercado e buscar uma adaptação dos seus planos pode ser uma fórmula interessante para trabalhar.

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