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Rock nacional firme, forte e na mira dos gringos

4 min leitura

Sempre falamos por aqui sobre como o rock nacional ainda é forte e vivo, mas dessa vez não somos nós que estamos falando. Uma matéria da revista britânica Kerrang! falou sobre novos nomes da cena do rock nacional e as questões que envolvem se dedicar ao estilo no Brasil.

A publicação conversou com representantes das bandas Ego Kill Talent, Project 46, Violet Soda e Far From Alaska, que contaram um pouco sobre seus trabalhos, os percalços da vida no rock nacional e as questões trazidas pela pandemia de Covid-19.

A matéria começa com uma conversa com Theo van der Loo e Jean Dolabella, da Ego Kill Talent, fazendo um paralelo com o impacto do primeiro Rock in Rio no Brasil, quando o Iron Maiden registrou seu maior público da história, 350 mil pessoas para ver uma das bandas mais importantes do metal britânico e mundial.

Enquanto fala que era de se prever que um país com um engajamento como esse em 1985, estaria hoje vivendo e respirando rock n’ roll, contudo não é bem assim.

Os membros do EKT relatam que no Brasil há bandas estrangeiras que, por aqui, tem status de banda de estádio, enquanto nos EUA e Europa não são tão grandes. Enquanto isso, bandas nacionais não conseguem repetir o sucesso, muito menos sair conquistar tal feito para fora das fronteiras do país.

Dolabella, baterista do Sepultura de 2006 a 2011, fala que a banda de trash é, até hoje, o maior ponto de referência para as bandas de som pesado do país.

Projeto de peso

A banda fundada pelos irmãos Cavalera, inclusive, é usada como gancho para começar a falar sobre a Project 46. Segundo a Kerrang!, a banda paulista pode ser a primeira banda brasileira a ter o mesmo impacto que o Sepultura teve na música mundial.

Baffo Neto, baixista do Project, conta que atualmente a banda toca para públicos de 2 a 3 mil pessoas e que o fator de cantar em português é um catalisador positivo para agregar público no Brasil.

O músico ainda conta que apesar de a banda ter gravado uma versão de seu último álbum “TR3S”, em inglês, os planos da Project é expandir sua música pelos países da América Latina, como Argentina, Chile, Uruguai e México.

Além de falar sobre os planos de expansão da banda, Baffo comentou sobre um dos problemas que mais afeta bandas e o cenário musical nacional de uma forma geral, a questão econômica e o alto custo do Brasil.

Ele fala, por exemplo, dos valores de ingressos e como é preciso de um número muito alto de público pagante para um evento ter retorno financeiro. Outro ponto levantado, é o valor de equipamentos, que costumam custar até três vezes mais do que nos Estados Unidos e Europa, o que torna muito caro sustentar uma banda no Brasil.

Contudo, a publicação britânica enxerga na Project e na Ego Kill Talent os dois projetos mais próximos de romper a barreira das fronteiras do país. Cada uma em seu nicho, sendo a Projecto 46 muito mais nichada, enquanto a EKT possui um som muito mais mainstream e feito para as arenas do mundo inteiro.

Cena complexa

Continuando a matéria, ao falar da banda Far From Alaska, de Natal (RN), a Kerrang! abordou a questão do tamanho do Brasil e como isso pode afetar a cena roqueira.

“Natal é uma cidade muito legal com uma cena de rock muito forte, mas o Brasil é tão grande, é como cinco países em um”, afirma Cris Botarelli, que toca sintetizador e baixo na FFA. Apesar de ter uma cena bacana, a banda teve de mudar de sua cidade com destino a São Paulo, que segundo ela, é onde a banda consegue fazer a maioria de seus shows.

“Você pode fazer um tour por São Paulo dirigindo, mas para chegar a qualquer lugar a partir de Natal você precisa voar”, conclui.

A entrevista ainda aponta uma ação muito comum entre as bandas nacionais ultimamente e que foi utilizada pela Far From Alaska para fazer seu último álbum “Unlikely”, o crowdfunding.

O motivo apontado por Cris é o fato de o rock não ser mainstream no Brasil e, com isso, os fãs acabam se tornando parte do processo e fazem questão de ajudar.

Pausados pela pandemia

Fechando o texto, a Kerrang! apresentou a Violet Soda. A banda, capitaneada por Karen Dio, tinha recém lançado seu primeiro álbum full quando a pandemia chegou.

Sem turnê e pouco apresentando o trabalho, a banda agora trabalha em uma versão acústica de seu álbum de estreia, para revisitar as músicas. O estilo caiu como uma luva na banda, que tem forte influência das bandas dos anos 90, com uma pegada grunge, alternativa e pop punk, mas ainda assim colocando um pouco de modernidade no som.

Com o novo trabalho, a Violet Soda quer reaquecer o que eles consideravam estar faiscando antes da pandemia começar.

“A cena rock estava prestes a crescer antes da pandemia. Muitas bandas estavam começando e havia várias bandas com garotas também, o que é ótimo, porque é um ambiente muito dominado por homens até recentemente. A cena estava prestes a explodir”, afirmou Karen.

Murilo Benites, guitarrista da banda, ainda afirma que, por não ser uma cena mainstream, ela está voltando a crescer apenas agora, pois as bandas estão entendendo como ser mais organizadas e criativas.

A matéria finaliza falando que a cena brasileira ainda vive um momento incerto, mas há muito talento musical fermentando no Brasil e prestes a explodir das profundezas do underground nacional.

Para conferir a matéria completa basta clicar no link (em inglês).

 

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