Dicas para produzir lives com sua banda durante a pandemia

O ano de 2020 foi praticamente perdido para muitas bandas, mas não por isso deve-se aceitar a inércia. Por isso, várias se colocaram a produzir lives para manter contato com seu público. No entanto, muitos ainda não aderiram a essa modalidade por não saber bem como podem fazer isso.

Existem várias maneiras de trabalhar seus projetos para criação de lives e muitos não exigem gastos ou super produções. Para te ajudar, a Tribhus organizou algumas dicas valiosas para sua banda conseguir apresentar seu trabalho, enquanto os shows não voltam.

A pandemia nos apresentou diversas formas de realizar lives que podem ser utilizadas pelas bandas. Diferente de grandes artistas, que têm muito dinheiro para trabalhar em produção, contratar equipes e fazer as transmissões ao vivo, as bandas independentes precisam de um esquema mais enxuto, por isso, as dicas daqui em diante serão de lives que caibam no bolso e condições de cada um.

Lembrando que nem tudo é tão simples e algumas coisas exigirão um pouco de trabalho e estudo dos integrantes das bandas. Mas esse é um bom momento para expandir horizontes, aumentar conhecimentos e entender um pouco mais dos processos que podem envolver sua música.

FORMAS DE LIVES

Pré gravada em estúdio – Essa foi uma das principais escolhas de muitas bandas independentes nesse período e a que traz a melhor qualidade. Tomando todos os cuidados necessários (veja aqui uma matéria sobre isso) os integrantes se reúnem em um estúdio, para gravar uma apresentação ao vivo.

Nessa modalidade, é preciso conhecer a qualidade do som do estúdio e combinar um esquema legal, para captação do som pelo menos com alguns canais divididos, assim o som fica mais rico e com uma qualidade maior.
Pré gravada em casa – Esse esquema também funciona muito bem e pode abrir novos horizontes para banda, inclusive para aprender a trabalhar com som.

Nesse caso, os integrantes vão gravando instrumento por instrumento, cada um em sua casa e, depois, editam o som e depois o vídeo. Por exemplo, a bateria grava primeiro, esse vídeo vai para o baixista, que grava ouvindo a bateria, mas sem deixar esse som vazar. O mesmo vale para guitarras, outros instrumentos como teclados e, por fim, voz.

Solo – Apesar das bandas serem formadas por vários membros, as vezes as duas opções acima não são viáveis. Nesse caso, um membro pode ser o representante da banda inteira e gravar uma live com voz e violão (guitarra) e ainda assim fazer uma apresentação bem legal.

CAPTAÇÃO DO SOM

No que diz respeito a instrumentos, certamente o mais difícil de se trabalhar numa gravação é a bateria. Se você não está em um estúdio, gravar um bom som de bateria é um desafio. Uma opção é tentar deixar o som mais abafado e utilizar algumas fontes diferentes de áudio (do celular, de um microfone), para que ele não fique estourado. Caso o som da bateria ainda esteja estourando na gravação, tente abafar ou afastar a fonte que está captando.

Se ainda assim, o som não ficar satisfatório, a parte rítmica pode ser feita com outras coisas, ao invés da bateria em si, como um cajon, ou até mesmo objetos encontrados em casa.

Para os outros instrumentos, o ideal é manter o som equilibrado. Faça testes e, se o som estiver estourando, abaixe o volume do amplificador até chegar num nível satisfatório.

Já para a voz, mesmo que você vá usar o celular para a captação, um microfone é o ideal, tanto para a qualidade do som, quanto para a parte estética do vídeo.

Uma dica, que vale como treino durante a pandemia, para essas gravações saírem corretas, é bom os músicos treinarem com metrônomo, assim fica mais fácil para edição tanto do som, quanto da imagem.

No vídeo acima, vemos um exemplo de live gravada com todos integrantes em suas casas. Mesmo sem todos os equipamentos utilizados nesse vídeo, uma banda pode fazer um trabalho seguindo a mesma linha para apresentar seu trabalho na pandemia.

CAPTAÇÃO DE IMAGEM

Atualmente, a maioria dos celulares têm câmeras de alta qualidade e que gravam em full hd, portanto, você consegue um trabalho com uma qualidade ok sem precisar de câmeras e lentes. Claro que, se você tiver esse tipo de equipamento a disposição, sempre vale a pena.

Um ponto importante na hora de captar imagem, seja no estúdio, seja em casa, é a iluminação. Veja como a luz está trabalhando com a câmera, se algum lugar fica muito escuro, se não está estourando por conta de claridade.

Pense que você pode moldar a condição de luz, utilizando lâmpadas diferentes, como luz negra ou colorida. Luzes apagadas, com lanternas de celular acessas, também criam ambientes interessantes. Vale a pena testar várias configurações antes de começar a gravar, para ter um resultado que agrade a banda e sua proposta estética.

Após finalizada a iluminação, é hora de acertar os planos, ou seja, definir como vai ficar a câmera para captar os músicos. Se a banda estiver em estúdio, tente usar mais de um equipamento para filmar (dois ou três celulares filmando juntos te dão boas opções e planos diferentes, que deixam a live mais dinâmica).

Caso esteja sozinho em casa, busque fazer um cenário legal no seu espaço, que deixe a imagem agradável e com um aspecto interessante para quem estiver assistindo e que apresente bem você e seu instrumento. Caso esteja tocando plugado, uma dinâmica em pé, pode ser mais legal, por ter todo o vigor de uma apresentação. No caso de ser acústico, vale o bom e velho banquinho e violão.

EDIÇÃO

Esse é um momento crucial para a qualidade das lives que sua banda vai produzir. Caso tenha gravado em estúdio, pegue o arquivo de áudio já mixado e masterizado e se prepare para trabalhar ele com o vídeo.

Já se sua gravação foi caseira, é hora da banda aprender a trabalhar com edição de som. Atualmente, há uma série de softwares gratuitos de edição de som multipistas, que te dão um trabalho de qualidade, são intuitivos e facilmente utilizáveis em computadores com as mais diversas configurações.

Não esqueça que é importante gravar os instrumentos de forma individual, para nenhum vazar no som do outro. Pra isso, também é importante a dica de tocar com metrônomo.

Para editar o vídeo, também existem várias opções de softwares gratuitos e intuitivos, que te possibilitam usar mais de uma linha de vídeo para edição. Nesse caso, pegue o arquivo de áudio que você tirou das suas gravações e coloque no projeto. Em seguida, use ele para guiar a sincronização com os arquivos de vídeo.

Pode ser meio complexo no começo, mas depois que pega o jeito é só ir cortando e escolhendo os melhores takes.
Claro, se a banda tiver condições, pode contratar alguém que trabalhe com isso. No meio independente muitos músicos também são editores e produtores de som, as vezes existem alguns entre seus amigos.

PUBLICAÇÃO

Depois de todo esse trabalho, vem a parte mais fácil, exibir a live. A melhor forma de levar uma live pré-gravada para o seu público é através da ferramenta “estreia”, presente tanto no Facebook, quanto no Youtube.

Você sobre o vídeo e define que ele será lançado como uma estreia no dia tal, no horário tal e tá pronto. A live terá início no momento escolhido, com espaço para comentários e interação com o público. Inclusive, é bom os integrantes da banda estarem a postos no dia, para responder e interagir com o público assistindo através dos comentários.

Já no caso de uma live solo, você não precisa necessariamente passar por todos esses estágios, com uma boa produção do espaço e um celular, você pode iniciar um vídeo ao vivo em qualquer plataforma, como Instagram, Facebook ou Youtube e interagir ao vivo com o público que entrar para conferir seu trabalho.