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Cultura

Estudo mostra crescimento da presença feminina na música

2 min leitura

De Celi Campello e Rita Lee a Cássia Eller e Pitty, a participação das mulheres no rock brasileiro sempre foi uma constante. Contudo, o ambiente dominado por homens e com muitos aspectos machistas sempre fez com que a presença feminina em cima dos palcos fosse minimizada.

Apesar disso, as mulheres nunca cederam e hoje ocupam um espaço nunca antes visto na música nacional e, para comprovar tal fato, o ECAD divulgou em março o estudo “O Que o Brasil Ouve – Mulheres na Música”. O órgão responsável pela arrecadação e distribuição de royalties por execução pública de músicas analisou dados da última década para embasar a pesquisa.

Presença Feminina

De acordo com o estudo, em 2011 haviam 27.653 mulheres na base de filiados das associações musicais ligadas ao ECAD. Esse número aumentou em mais de 1200% em 2020, com 385.940 mulheres participando do mercado musical. No entanto, essa participação ainda é bem baixa, quando se apresenta que os homens são 85% dos filiados nas associações de músicos.

AUMENTO EM DIVERSAS ÁREAS

Se há um crescimento no número de mulheres envolvidas na música, esse crescimento se reflete em diversos aspectos do mundo musical.

A categoria que apresentou o maior crescimento foi de autoras/compositoras, saltando de 23.207, em 2010, para 365.382, em 2020. Um aumento percentual de 1474% em dez anos.

A presença feminina entre musicistas também teve aumento, saltando de 9.985, em 2010, para 37.410, no ano passado.

Essa taxa de crescimento, se mostra, inclusive, como uma tendência mundial. Em uma pesquisa de 2018, apoiada pela Fender, foi afirmado que as mulheres eram responsáveis por mais de 50% das compras de guitarras elétricas entre novos musicistas.

CRESCIMENTO, PORÉM…

Se a presença feminina está cada vez maior no mundo da música brasileira, há ainda muito o que melhorar para que esse número seja mais igualitário.

Na distribuição de valores, a pesquisa do ECAD indica que, apenas 7,1% de toda a renda distribuída em 2020 foi para artistas do sexo feminino.

Entre as 300 mil músicas mais tocadas nos últimos anos, apenas 14% têm mulheres entre os autores. E, a pior constatação, nos últimos 5 anos a média de participação feminina no top 100 autores com maior rendimento foi de 4%, caindo de 7% em 2016, para só 2% em 2020.

“Todos os números apontados neste relatório são um reflexo da formação histórica da indústria e um ponto de alerta para a produção brasileira atual. Identificar um problema e conhecê-lo de perto são os primeiros passos para que o mercado pense sobre a inserção das mulheres em todas as etapas: desde a parte técnica, passando pela criativa e incluindo a administrativa e executiva, para que nosso universo da música seja cada vez mais igualitário e justo”, afirma Isabel Amorim, superintendente técnica do ECAD.

CENÁRIO DO ROCK

A participação feminina no rock nacional, principalmente no cenário underground, é cada vez maior.

Bandas como Violet Soda, Der Baum, Deb and The Mentals, The Monic, Ratas Rabiosas, Far From Alaska, Plutão Já Foi Planeta, Malvada, Eve Desire, Time Bomb Girls, entre tantas outras, são alguns dos exemplos de nomes do rock nacional atual que vêm se destacando e que contam com figuras femininas em sua formação.

Ainda há muito a melhorar e espaço a se conquistar, contudo, hoje temos um cenário melhor do que o de 10 anos atrás e lutaremos para que seja ainda mais forte daqui há 10 anos.

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