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Inteligência Artificial compõe músicas como se fosse artistas já mortos

3 min leitura

Um projeto chamado Lost Tapes of the 27 Club trouxe a vida “novas” músicas de artistas famosos que morreram aos 27 anos. Ou quase isso. Na verdade, as músicas foram criadas a partir de um programa de Inteligência Artificial (IA).

Inteligência Artificial

Kurt Cobain, Jimi Hendrix, Jim Morrison e Amy Winehouse ganharam novas músicas feitas com ajuda da tecnologia. O projeto é obra da Over The Bridge, uma organização de Toronto, Canadá, que ajuda membros da indústria musical que lutam contra doenças mentais.

A ideia do projeto, contudo, não é diminuir a música atual e sim mostrar o que a falta de cuidado com a saúde mental pode ter nos tirado.

“E se todos esses músicos que amamos tivessem suporte de saúde mental?” disse Sean O’Connor, que está no conselho de diretores da Over the Bridge em entrevista para a Rolling Stone Estados Unidos.

De acordo com a organização, músicos e suas equipes vêm lutando contra problemas de saúde mental há tempos. Além de serem, em parte, ignorados, muitos dos casos são romantizados, como o famoso “Clube dos 27” que, de certa forma, celebra a morte prematura de ícones da música.

O projeto visa mostrar, com a ajuda da Inteligência Artificial, o que esses nomes poderiam ter feito, caso não tivessem perdido a vida prematuramente.

Produção de Inteligência Artificial

Para criar as “novas” músicas dos artistas, O’Connor e sua equipe contrataram a Inteligência Artificial do Google Magenta, que aprende a compor no estilo de determinados artistas analisando suas obras.

Nesse projeto o Magenta analisou as músicas de Kurt Cobain, Amy Winehouse, Jimi Hendrix e Jim Morrison em formato MIDI que traduzem ritmo e tom da música em um código digital.

Depois de examinar as escolhas de notas de cada artista, peculiaridades rítmicas e preferências de harmonia no arquivo MIDI, o computador cria uma nova música que a equipe pode examinar para escolher os melhores momentos.

“Quanto mais arquivos MIDI você inserir, melhor”, contou O’Connor. “Então, pegamos de 20 a 30 músicas de cada um de nossos artistas como arquivos MIDI e os dividimos em apenas riffs, solo, melodia vocal ou guitarra base e os colocamos um de cada vez. Se você colocar músicas inteiras, o programa começa a ficar realmente confuso sobre como deve soar. Mas se você tiver apenas um monte de riffs, ele lançará cerca de cinco minutos de novos riffs escritos por IA, 90% dos quais são realmente ruins e inaudíveis. Então você começa a ouvir e encontra pequenos momentos que são interessantes”, completou.

Para as letras, o processo foi parecido, utilizando outro programa de Inteligência Artificial. O trabalho não foi tão fácil. Eles conseguiam inserir as letras do artista e começar com algumas palavras, e o programa adivinhava a cadência e o tom da poesia para completá-la. “Foi muita tentativa e erro”, disse O’Connor, acrescentando que a equipe examinou “páginas e páginas” de letras em busca de frases que se encaixam silabicamente nas melodias vocais que Magenta produziu.

Toda parte instrumental foi feita com a IA e, para finalizar o processo, a equipe convidou músicos de projetos de tributos dos cantores mortos para gravar a voz em cada uma das músicas e, assim, torna-las o mais realistas possível.

Saúde mental

A intenção da Over the Bridge é simplesmente aumentar a conscientização sobre os recursos de saúde mental e não pretendem vender as músicas. Segundo eles, é importante encorajar as pessoas do meio musical a buscar apoio para saúde mental caso necessitem, para que possam continuar produzindo por muitos anos. “Porque o verdadeiro sentimento não pode ser substituído pela IA”, finaliza a organização.

No Brasil, o CVV [https://www.cvv.org.br/ ](Centro de Valorização da Vida) realiza apoio emocional e prevenção de suicídio atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, email e chat 24 horas todos os dias. Dúvidas e atendimento: Disque 188.

Ouça “You’re Gonna Kill Me”, no estilo de Jimi Hendrix

Ouça “The Roads Are Alive”, no estilo do The Doors

Ouça “Drowned In The Sun”, no estilo do Nirvana

Ouça “Man, I Know”, no estilo de Amy Winehouse

Agora, conta pra gente o que você achou das versões? Será que a Inteligência Artificial pode substituir a música feita por pessoas?

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