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Artistas célebres vendem seus catálogos musicais para empresas

3 min leitura

Esta semana a notícia de que o Red Hot Chilli Peppers estaria negociando seu catálogo musical foi destaque em diversas mídias. O negócio que, segundo a Billboard, rendeu cerca de US$ 150 milhões ao grupo norte americano, também chama a atenção por outro motivo, o crescimento desse tipo de negócio.

A banda de Anthony Kiedis não é a primeira a buscar esse tipo de negociação para capitalizar com seu trabalho durante o período de pandemia. Desde o ano passado nomes como Bob Dylan, Neil Young, Paul Simon, Blondie, The Killers, Mick Fleetwood, Stevie Nicks e Lindsey Buckningham, os três do Fleetwood Mac, entre outros nomes do rock e estrelas do pop, como Shakira, venderam seus catálogos musicais.

A prática não é nenhuma novidade, o direito sob as músicas dos Beatles, por exemplo, foram comprados por Michael Jackson por US$ 47 milhões, em 1985 ao adquirir a empresa ATV. Apenas há alguns anos, Paul McCartney readquiriu esses direitos, após uma negociação com a Sony, detentora de direitos da ATV e, até então, possuidora do catálogo dos Beatles.

Em resumo, ter essa propriedade significa poder lucrar com toda execução pública da obra (rádio, streaming, TV), além de poder negociar seu uso para qualquer fim, como trilha de filmes ou propagandas.

MAS POR QUE ISSO É BOM PARA OS ARTISTAS?

Em tese, ter o domínio de seus catálogos é super importante para as bandas, já que é uma das formas de lucro que você tem com seu trabalho. Contudo, o crescimento do streaming e, com isso, a diluição dos royalties, são apontados como um gatilho impulsionador desse crescimento.

Gerenciar a arrecadação de royalties nos diferentes meios existentes atualmente pode ser um trabalho complexo e cansativo para esses artistas que têm seus catálogos espalhados em todas plataformas possíveis. Assim, empresas, como a Universal Music, a Sony, a Primary Wave e a Hipgnosis (compradora das músicas do RHCP), conseguem gerenciar e arrecadar esse dinheiro com muito mais facilidade.

Mas o ponto chave é a pandemia. Apesar da complexidade na arrecadação, essas bandas e artistas faziam isso tranquilamente antes da crise se espalhar pelo mundo. O que mudou foi a ausência de outras fontes de renda.

Sem shows e turnês, principais fonte de renda para esses artistas, uma solução rápida e conveniente é ganhar uma bolada enorme e de uma vez.

Segundo a Billboard, o catálogo do Red Hot Chilli Peppers rende anualmente cerca de 5 milhões de dólares, ou seja, a banda adiantou, teoricamente, o lucro de 30 anos de royalties. Para quem está parado e vendo a situação mundial ainda longe de uma estabilidade, a quantia é tentadora.

O músico David Crosby (Crosby, Stils, Nash & Young e The Byrds), foi um dos que também vendeu suas obras e deu a seguinte declaração à agência de notícias AFP: “A principal razão é, simplesmente, que estamos todos em uma aposentadoria forçada e não há nada que possamos fazer a respeito.”

BRASIL

A questão de direitos autorais e arrecadação é muito complexa no Brasil e a maioria dos artistas não as compreendem. O ECAD, por exemplo, possui cerca de R$ 1 bilhão retido, com dinheiro arrecadado e não distribuído para os artistas de direito.

Ou seja, a questão aqui passa por assuntos muito mais complexos. No entanto, alguns nomes, como o músico Paulo Ricardo (RPM e solo), é um dos que já embarcou na novidade.

Ele vendeu seu catálogo para a empresa Hurst Capital, que também comprou os direitos das músicas do artista Toquinho, responsável pelo clássico “Aquarela do Brasil”.

E PARA ARTISTAS MENORES?

Aparentemente, a onda da compra de direitos ainda está restrita a grandes artistas, já que uma das apostas das empresas que compram esses catálogos está na disparidade que existe nos principais players. Como já falamos por aqui, 90% das músicas ouvidas online são de apenas 1% de artistas que dominam o mercado fonográfico.

Assim, as apostas ainda estão muito focadas nos grandes. Contudo, é preciso ficar alerta, com a questão da pandemia, pode ser que empresas queiram se aproveitar do desespero de artistas, comprando seus maiores bens por muito menos do que valeriam.

A dica da Tribhus, que não serve apenas para esse tipo de evento, mas, principalmente, para que você saiba cuidar do que é seu por direito, é: estude mais sobre direitos autorais, busque registrar suas músicas e valorize seu trabalho.

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